Redução de Tempo de Setup - SMED
Quem nunca presenciou operadores "batendo cabeça" durante a execução de um setup de máquina. As ferramentas nunca estão nos lugares certos, faltam peças e os encaixes não são precisos, levam horas para deixar o equipamento no ponto certo para iniciar a produção. Ainda existem situações que os operadores tem que caminhar alguns metros até outros setores como a manutenção para conseguir as ferramentas correta para a execução do setup. Isso quando não encontram alguém no meio do caminho para conversar sobre o futebol do final de semana, e enquanto isso, a máquina está parada. Todo esse tempo de máquina parada reduzem a eficiência global do equipamento.
O SMED - Single Minute Exchange of Die é uma metodologia que tem por objetivo a redução dos tempos de preparação de máquinas e equipamentos, ou seja, redução dos Setups.
A razão mais comum para se terem tamanhos grandes de lotes em sistemas de produção são os tempos significativos de setup. Se são necessárias muitas horas para se trocar um molde de uma máquina para produzir um tipo diferente de peça, então faz sentido rodar lotes grandes entre as trocas. Tamanhos pequenos de lotes levariam a setups frequentes e comprometeriam a capacidade. Assim, a eliminação ou redução dos setups é uma precondição para alcançar tamanhos de lotes menores.
Nos Estados Unidos, os setups eram considerados uma necessidade, e os grandes lotes tinham o objetivo de manter um número mínimo de trocas. No Japão, a redução dos tempos de setup chegou ao ponto em que as trocas não influenciam na capacidade produtiva. Ohno descreveu setups na Toyota que foram reduzidos de 3 horas, em 1945, para 3 minutos, em 1971.
O Segredo do SMED
O segredo para uma abordagem genérica na redução dos setups é a distinção entre o setup interno e o setup externo. As operações de setup interno são aquelas tarefas que são executadas quando um máquina está parada, e as operações de setup externo são aquelas tarefas que podem ser executadas enquanto a máquina está funcionando.
Por exemplo, remover um molde é uma operação interna, mas reunir e preparar o ferramental para removê-lo é uma operação externa.
Os quatro passos básicos para redução de setup:
1º Separar as operações de setup interno do externo:
Setup Interno – operações que podem ser executadas somente quando a máquina estiver parada, como a fixação e remoção das matrizes.
Setup Externo - operações que devem ser concluídas enquanto a máquina estiver funcionando, como o transporte de matrizes, da montagem à estocagem ou no sentido inverso.
Distinção do que será realizado com a máquina em funcionamento e com a máquina parada.
Atividades tipicamente externas:
Preparação e transporte de matrizes, gabaritos, dispositivos de fixação, ferramentas e materiais
Estima-se redução de 30 a 50% do setup.
2º Transformar ao máximo as tarefas de setup interno em externo:
Esta é a Técnica mais poderosa da TRF, envolve:
Reexame das operações para verificar se qualquer das etapas foi equivocadamente classificada como interna.
Por exemplo, se alguns componentes podem ser montados previamente antes de parar a máquina, ou se um molde pode ser tratado antes de sua instalação, os tempos de setup interno podem ser reduzidos substancialmente.
3º Eliminar os processos de ajuste:
Isso é crítico e, muitas vezes, toma de 50 a 70% do tempo do setup interno. A preparação de equipamentos, sensores e aparelhos pode ser otimizada e até mesmo eliminar os ajustes.
Uma alternativa é utilizar grampos funcionais ou eliminar os grampos.
Aqui, busca-se eliminar os parafusos utilizando engates mais rápidos.
4º Eliminar o próprio setup:
Isso pode ser feito por meio de adoção de um projeto uniforme dos produtos como a mesma braçadeira para todos os produtos, ou da existencia de máquinas paralelas, cada uma com um setup para produtos diferentes.
Fonte: Hopp, Wallace J. A ciência da fábrica. 3 ed. - Porto Alegre: Bookman, 2013.
Shingo,Shigeo. Sistema de Troca Rapida de Ferramenta. Bookman, 2000.
Troca Rápida de Ferramentas